Cerca de 40 colaboradores do Programa Agentes de Empreendedorismo, desenvolvido pelo Parque Social em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico (Semdec), participaram de uma palestra com o tema “Potencialidades da Favela”, ocorrida nesta quarta-feira (7), na sede do Parque Social, no Itaigara. A atividade foi ministrada pelo presidente da Central Única das Favelas (Cufa) Bahia, Márcio Lima.
Lorraine Santos, coordenadora do Agentes de Empreendedorismo e apresentadora do evento, destacou que o objetivo da palestra foi estreitar ainda mais a união entre o Parque Social e a Cufa em prol de projetos que potencializem a vida nas favelas, através do empreendedorismo.
“Foi uma manhã construtiva, de muitos aprendizados sobre ações e programas reais que aprimoram os negócios gerados pelas comunidades das favelas e fomentam emprego e renda, produzindo impacto socioeconômico transformador. Este é o sentido do Agentes de Empreendedorismo, que existe desde 2018 e que já está presente em nove regionais de Salvador, acompanhando e auxiliando os empreendedores das favelas por meio dos agentes do Parque Social”, assinalou.
Márcio Lima ressaltou que há muito tempo a sociedade tem se acostumado a ver as favelas como um local carente, mas que o propósito de sua comunicação foi o de valorizar as ações desenvolvidas nestas comunidades e reconhecer sua potência.
“A Favela Holding, da Cufa reúne 22 empresas e já foi premiada nacional e internacionalmente. A partir de pesquisas realizadas pelo Data Favela e pelo Instituto Locomotiva, descobrimos que as 13 mil favelas do país abrigam 5 milhões de pessoas e geram R$180 bilhões por ano. Assim, enxergamos claramente como virar a chave do empreendedorismo social através de atividades de formação e dos resultados, como estes alcançados pela orientação profissional dos agentes do empreendedorismo. Constatamos que favela não é carência; é potência”, disse.
Ações – Lima acrescenta que foi montado um grupo de trabalho entre a Cufa e o Escritório de Governança Social, liderado pela vice-prefeita Ana Paula Matos, a fim de agilizar os efeitos das políticas públicas de educação, cultura e empreendedorismo para as pessoas da cidade que mais precisam. Fruto desta parceria, a 1ª edição da Taça das Favelas Bahia, encerrada em outubro passado, mobilizou 3 mil jovens e levou 42 atletas do time feminino vencedor da etapa estadual para disputar a etapa nacional em São Paulo, onde conquistando o 7º lugar.
O presidente da Cufa Bahia adianta que, em 2023, além de consolidar a Taça das Favelas, a Prefeitura e a Cufa pretendem incluir no calendário da capital baiana a primeira edição local da Expo Favela (feira de negócios para exposição de produtos e serviços desenvolvidos por startups das favelas) e a celebração do Dia Nacional da Favela, em 4 de novembro.
Agente de empreendedorismo há dois meses, a estudante de administração pública Ana Júlia Albano, de 20 anos, comentou que a palestra foi importante para aperfeiçoar seu entendimento sobre favela e empreendedorismo.
“Sou moradora da Cidade Baixa e sempre vi pessoas ao meu redor, sobretudo mulheres negras, empreendendo para sobreviver. Portanto, visualizar esse cenário como uma oportunidade, tirar a favela do campo da marginalidade e poder compartilhar conhecimentos sobre como captar e impulsionar negócios vai muito além do que um ganho para meu currículo pessoal e profissional. Isso é desenvolver a economia e a vida da população de Salvador”, concluiu.